quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Tears streaming down my face.

A gente quando cresce chora baixinho, nada daquele berreiro de criança, fica encabulado até para sofrer. A gente só volta a chorar alto depois de adulto quando perde alguém pra morte. No nascimento e na morte choramos alto. Ás vezes a dor nos faz chorar mais alto, mas aí vem a morfina e mata, sublimando a dor e fazendo dela uma piada, falsa que só, venenosa que só! E se decidíssemos pela dor, que ela viesse nua e pura com todas as suas artimanhas para nos subjugar, e se enfrentássemos-na mano a mano, só pra ver até onde aguentamos? Ela viria forte e a gente gritaria, choraria, soluçaria, até desmaiar, ao menos seria real, mas quem se habilita? Eu não, sou mais a morfina! Mas eu queria mesmo era um fone de boca, pra eu poder chorar a noite e soluçar sem ninguém perceber, assim como se pode ouvir sem ser notado, deveríamos poder chorar sem sermos notados.

" Talvez se tivesse lágrimas, poderia demonstrar tudo que sentia.
Pois as lágrimas deixam os olhos transparentes
Deixam os mais sinceros sentimentos aflorarem
Pegou um colírio pra pingar nos olhos
Mas matou aí a sinceridade das lágrimas"

Nenhum comentário:

Postar um comentário