segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Pessoa Caótica!!

Aconteceram coisas...Então desconfiei que sou uma pessoa caótica, essa palavra me ilustra.
Explicarei:

Me ligaram, disseram ter que falar comigo, e que viriam aqui no dia seguinte:
Telefone toca:
-Alô?
-Oi, tenho que falar com você, amanhã vou aí.
-Mas me conte agora.
-Não posso, amanha irei aí e conto.

Devo dizer que essa noite não pude pregar os olhos.
Imaginei toda e qualquer hipótese negativa e absurda que pude. Minhas entranhas se reviravam e refletiam minha ansiedade, que quase me sufocava durante a madrugada misteriosa...Todo o tipo de mistério sempre me torturou.
Fato é que o dia seguinte chegou junto com um Sol e uma brisa inquieta, cheiro de pão novo, e de café fresco...Pássaros cantavam e o vizinho ao lado assoviava na sacada. Todos esses resquícios de um dia nascendo e essa sensação cínica de paz me estressou ainda mais, olheiras e irritabilidade nítidas.
Que hora do dia viria aquela pessoa pra findar minha angústia?

Algumas hipóteses que imaginei:
Alguém sofrera um acidente ou tinha uma doença fatal.
Alguém falara mal de mim, e eu perderia a amizade de pessoas importantes.
Alguém teria fotos comprometedoras minhas e me faria chantagem (Que fotos? Se nada faço de comprometedor?).
Alguém cometeu suicídio, foi assassinado?
Os E.T’s estão prestes a dominar o planeta?
A minha vida é filmada, inclusive meus momentos mais íntimos e inconfessáveis?
Enfim, entre outras hipóteses, essas eram as menos absurdas.

Não quero nem gosto de levantar cedo, fico ouvindo o assobio do vizinho, que com certeza faz parte da conspiração... Alias, todos fazem...Até minha gata...Esse miado dela nada tem de inocente. Está tentando me avisar.
Será que no fundo eu também faço? É isso? Até eu estou contra mim?

Enfim, ligo o som. Ouço o rangido do portão, alguém sobe os degraus, entra no corredor abre a porta...Aguardo ansioso querendo ver a pessoa que me salvaria.
A pessoa entra no apartamento ao lado.

Bem mais tarde chega quem eu tanto esperei. Já estava febril de tanta curiosidade, minhas mãos tremiam e eu estava facilmente irritável, qualquer gesto ou barulho me causava um ódio mortal do responsável.
Ouço passos, um por um, logo adentra meu quarto, com uma cara cinicamente calma:

-Olá, tudo bem?
(Como tudo bem, esperei-te o dia todo pra saber o que tramaste contra mim).
-Tudo bem sim, e você?
(Beijos falsos no rosto, falsos da minha parte, de ódio).
-Lembra que liguei ontem, e tinha algo pra te dizer?
-Não me lembro. Sério que ligastes? (Oh céus, perdi uma noite de sono e um dia de vida pensando nisso).
-Lembro-me bem, fale logo!

Alternativa 1:

-Lembra-se do pé de tomate que plantei no quintal de casa?
-Sim, estava contigo quando plantastes (O que acontecera? Teria o tomate criado vida?).
- É, então, ele apodreceu e nem chegou a dar tomates.
-Hã, era isso?
-Sim, não podia falar ao telefone, pois meu crédito estava acabando.
-Ahhhhhhhh...(cometo homicídio com requintes de crueldade)

Alternativa 2

-Vim o caminho todo tentando lembrar o que era, simplesmente me fugiu da mente.
-Hã?Você esqueceu o que era?
-Sim, simplesmente me esqueci, ah nem devia ser importante mesmo.
- (morro)


Alternativa 3

-Pois é, mostrei aquele trabalho seu pra direção da empresa, eles gostaram e você começa quando quiser, o salário é ótimo.
-Mas isso é... É...BOM.

Sou uma pessoa caótica.

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