sábado, 22 de janeiro de 2011

Você reclama.

Você reclama que eu não te faço nada, que eu não te amo mais.
Você reclama que eu não vou pra cama, que eu não sou capaz.
Você fala e repete que eu não me esforço
Não pego tua mão, te trago solidão, se me pede sorriso eu digo não.
Não vou ao teu encontro, nem te ligo de volta, nem te faço escolta.
Você reclama, reclama e você diz e repete que eu sou babaca.
Fraco e magro demais pra você, que eu não penteio cabelo.
Que eu fumo e bebo demais, e sou pobre demais pra você.
Que eu mato a aula, que eu fujo de casa todo dia e gasto grana a toa.
Que eu gosto de cinema obscuro de música estranha de livro de poema
E você nem sabe que eu te amo o máximo
Nem sabe que eu deito do teu lado quando você dorme e levanto antes que você acorde
Eu não sorrio porque o medo de te perder me deixa sério
Não pego tua mão por medo de nunca mais querer largar, te trago solidão pra você sentir minha ausência.
Não vou ao teu encontro, nem te ligo nem te escolto, te quero livre como eu.
Sou babaca e fraco e magro e pobre, odeio pentes, que roubam o lugar de tuas mãos em meu cabelo
Fumo e bebo demais pra disfarçar que só tenho olhado em você
Mato aula, fujo de casa e gasto grana, mas nada a toa, tudo pra ir te ver.
Gosto de cinema obscuro feito teu olhar, música estranha feito tua voz, livro de poema pra te recitar aquele que fiz um dia falando que é de outro autor.
E você nem sabe que o pouco que te amo é o maior amor que eu poderia e que eu pude aqueles dias
E você nem sabe que tudo se foi, deslizou como seus lábios ainda deslizam nos meus, mas sem a parte do pra sempre.

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