Estava ali parado com aquele sorriso de seda
Macio e fácil de se desfazer, derreteria com as lágrimas que
desbravavam seu rosto, que ele secava, adiando esse dilúvio de insorrisos que
lhe reservaram tão cruelmente.
Teria sido melhor não saber, pois assim não era culpa dele,
ele tentara, dizia a si mesmo. Mas agora que sabe, entende que o fracasso todo
deve-se a sua covardia. E agora ele perdeu aquele gosto tolo de ignorância ou
disfarce, ele sorria, fraca e timidamente, com um brilho grato no olhar, grato,
que se ele não soubesse iria ficar pra sempre na busca, acreditando em suas
mentiras auto-contadas, inventadas cuidadosamente de forma a colorir ainda mais
fortemente sua aquarela de desamores imaginários.
Agora ele estava prestes a abandonar a sua autopiedade
inconsciente, conseguiria seguir, assim como todos seguem e saberia quando
valesse a pena jogar um sorriso marginal qualquer em qualquer outro olhar.
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